Ex-secretário da Polícia Civil do Rio é liberado por decisão judicial – Portal Momento
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© Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta terça-feira (17), a soltura do ex-secretário da Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, acusado de ligação com lideranças do jogo do bicho no estado. A decisão foi proferida pelo desembargador Marcius da Costa Ferreira, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Turnowski estava preso desde o dia 6 de maio de 2025, por determinação da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia restabelecido a ordem de prisão preventiva contra ele.
Ao decidir pela soltura, o desembargador destacou que Turnowski tem colaborado com a Justiça e afirmou: “não houve nenhum episódio noticiado nos autos que demonstrasse que o paciente pretende, de alguma forma, atrapalhar a investigação”.
O magistrado também observou que, apesar da gravidade das acusações, os crimes atribuídos a Turnowski não envolveram o uso de violência ou ameaça direta contra pessoas:
“Em outro trecho da decisão, o desembargador escreveu que os crimes imputados ao paciente, embora sejam graves e possam estar conexos a outros de natureza diversa, foram cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.”
Com isso, o desembargador concedeu liberdade provisória ao ex-secretário:
“Diante disso, defiro o pedido liminar, determinando a imediata liberdade do paciente até o julgamento final do habeas corpus”.
Apesar da liberação, Turnowski deverá seguir três medidas cautelares: não poderá entrar em dependências da Polícia Civil ou da Secretaria de Segurança Pública, manter contato com outros denunciados ou deixar o país. Além disso, deverá entregar seu passaporte ao juízo responsável pelo caso.
Histórico do caso
Allan Turnowski foi preso pela primeira vez em 9 de setembro de 2022, por decisão da Justiça que decretou sua prisão preventiva. Na época, ele havia deixado o cargo de secretário para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro, candidatura que não avançou.
No dia 25 de novembro de 2022, o juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça, aceitou a denúncia contra Turnowski, tornando-o réu por tentativa de obstrução do trabalho do Judiciário. Segundo a decisão, mesmo afastado da Polícia Civil, ele ainda influenciava decisões da alta cúpula da corporação.
Poucos dias depois, em 29 de setembro, o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a revogação da prisão preventiva do delegado. Com isso, Turnowski foi libertado menos de um mês após ter sido denunciado formalmente.
O ex-secretário foi condenado a quase 10 anos de prisão por obstrução da Justiça. De acordo com as investigações, ele atuava como agente duplo, favorecendo os contraventores Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio — este último assassinado em novembro de 2020, após desembarcar em um heliporto no bairro do Recreio dos Bandeirantes, ao retornar de sua casa de veraneio em Angra dos Reis.
Fonte: Agência Brasil
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