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Pint of Science 2025: divulgação científica em bares de 169 cidades

O maior festival de divulgação científica do mundo, o Pint of Science, completa dez anos no Brasil e, neste ano, ocorre em 169 cidades do país. Trazido da Inglaterra pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, o evento objetiva levar cientistas a interagirem diretamente com pessoas em ambientes descontraídos como bares, restaurantes, cafés e praças públicas. O evento vai até esta quarta-feira (21). Uma rede de colaboração nacional, com mais de 2 mil voluntários, está mobilizada para trazer ao palco a pesquisa científica que nasce e cresce em cada região brasileira.

Segundo os organizadores, o cenário atual na ciência mundial é bastante diferente de dez anos atrás, mas os desafios persistem. 

“Estamos passando por um momento de muitas transformações no mundo. Além das acentuadas mudanças no clima, na temperatura e na vida no planeta, está se alterando também a forma como compreendemos o que é política, qual a ordem global do mundo, e temos nos questionado mais e mais sobre como funciona a ciência, a educação e as nossas universidades”, disse o coordenador nacional do Pint of Science Brasil, Eduardo Bessa, professor da Universidade de Brasília (UnB).

Tempo de Mudanças é o tema escolhido para o festival deste ano em parceria com o Instituto Clima e Sociedade, que apoia o evento em 2025. Segundo Bessa, a comunidade científica tem sentido o impacto atual das mudanças climáticas. Para o coordenador, antes, mudanças climáticas, era um assunto que remetia apenas a um futuro longínquo.

“Por muito tempo predominou aquele discurso de que a gente precisava fazer alguma coisa a respeito das mudanças climáticas porque senão, no futuro, não teríamos os ursos polares e afetaríamos a vida dos nossos bisnetos. Mas ninguém fez nada a respeito, talvez porque o futuro não fosse uma preocupação. O problema é que, agora, a gente está sentindo na pele o que imaginávamos que aconteceria com os ursos polares e com os nossos bisnetos”, afirmou.

O público das 169 cidades onde está sendo realizado o Pint of Science Brasil também poderá compreender como funciona o processo de criação de novos conhecimentos científicos. A proposta dos bate-papos com os cientistas é explicar, de um jeito descomplicado e atraente, como surgem as evidências científicas, para que as pessoas possam diferenciá-las das opiniões.

Rio de Janeiro

No Rio, as atividades ocorrem em cinco bairros da cidade: Barra da Tijuca, Botafogo, Gávea, Méier e Tijuca. O festival tem entrada gratuita e começa sempre às 19h30. Nesta edição carioca, o Pint of Science Rio 2025 contará com mais de 40 pesquisadores e pesquisadoras abordando temas como psicodélicos e saúde mental, inteligência artificial, cannabis medicinal, mudanças climáticas, carnaval, astrobiologia, comportamento humano, finanças pessoais entre outros.

“O nosso objetivo é mostrar que a ciência está presente no cotidiano, é feita por pessoas reais e pode – e deve – ser discutida em espaços informais”, explica Isalira Peroba Ramos, coordenadora do festival no Rio e diretora de extensão do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem da UFRJ.

O Pint of Science Rio 2025 conta com apoio institucional da UFRJ e da FAPERJ. O festival busca aproximar ciência e sociedade de forma democrática, divertida e sem formalidades – com espaço para perguntas e trocas. “Acreditamos que só com mais ciência na vida das pessoas é possível combater a desinformação, estimular o pensamento crítico e valorizar o trabalho científico brasileiro”, completa Isalira.