Polícia

Justiça manda soltar suspeito de matar homem que morava de favor em sua casa em Nova Venécia

A Justiça concedeu liberdade provisória a Adinor Vieira Costa, de 65 anos, que havia sido preso na terça-feira (22) após confessar à Polícia Militar ter matado, por estrangulamento e a golpes de espeto, Rogério Zordan, de 43 anos, no Patrimônio da Penha, também conhecido como “Perdido”, na zona rural de Nova Venécia. Adinor foi detido pela PM e levado à Delegacia Regional de Nova Venécia, onde foi autuado em flagrante por homicídio e encaminhado ao presídio. A decisão pela liberdade provisória foi tomada pelo juiz Helthon Neves Farias, durante a audiência de custódia realizada na quinta-feira (24).Publicidade

Na decisão a qual a Rede Notícia teve acesso, o magistrado considerou haver indícidios de “legítima defesa”, que nesse caso, que em termos simples, é o direito de usar a força para se defender de uma agressão injusta, atual ou iminente, tanto contra si mesmo como contra outras pessoas. É uma justificativa legal que impede que alguém seja penalizado por usar força para se proteger ou proteger outro. 

“Segundo a narrativa do próprio autuado, este ofereceu abrigo à vítima, com quem possui relação de convivência voltada ao trabalho da lavoura. Na madrugada de 22 de abril de 2025, após a vítima retornar embriagada, arrombou a porta da residência de Adinor e iniciou agressão física contra ele, utilizando dois espetos, o que gerou uma luta corporal entre ambos. Em continuidade, o autuado utilizou uma manobra de estrangulamento para se defender da vítima, que portava um espeto. Levando em consideração todo o contexto dos fatos, há indícios consistentes de legítima defesa, por parte do autuado”, disse o juiz Helthon Neves Farias.

O juiz impôs ao suspeito solto apenas duas medidas cautelares, que é o “comparecimento mensal em Juízo para justificar suas atividades”, e a “proibição de se ausentar da Comarca sem autorização judicial”.
Durante a audiência de custódia, o Ministério Público pediu que a prisão em flagrante fosse convertida em preventiva (por tempo indeterminado), enquanto a defesa, feita pela Defensoria Pública do Estado, pediu a concessão de liberdade provisória com a aplicação de medidas cautelares, o que foi acolhido pela Justiça.

Segundo a Polícia Militar, no local, um homem de 65 anos disse que havia concedido moradia a um homem de 43 anos para que ele pudesse trabalhar, mas afirmou que ficou acordado entre eles que, caso saísse e retornasse tarde, encontraria a porta da casa trancada. Na madrugada de terça (22), o homem disse que a vítima chegou à residência e, como a porta estava trancada, arrombou-a e começou a agredi-lo.
Durante a briga, o dono da residência afirmou ter conseguido desarmar a vítima, que estava com dois espetos, e, em seguida, enforcou-a até a morte. Ele disse que, depois disso, permaneceu nas imediações da residência com a intenção de se entregar às autoridades. Diante dos fatos, o suspeito foi encaminhado ao Hospital São Marcos para atendimento médico. Os dois espetos foram apreendidos. O boletim da PM detalha que o corpo da vítima apresentava ferimentos de arma branca – espeto.

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