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intervalos nas sessões não são novidade e podem voltar a ser tendência

Estreou na última quinta-feira (20) nos cinemas brasileiros ‘O Brutalista’. Um dos favoritos ao Oscar de “Melhor Filme”, o longa conta com 3h30 de duração.

Dirigido por Brady Corbet, o drama do arquiteto húngaro László Tóth (Adrien Brody) que imigra para os EUA depois da Segunda da Guerra Mundial é o mais longo entre os indicados ao prêmio mais prestigiado do cinema e chama atenção pela “pausa” de 15 minutos no meio da exibição.

Apesar de pouco usual nas últimas décadas, as “intermissions(“intervalos”, traduzido para o português) durante os filmes não são uma novidade.

Como explica o professor de cinema da Universidade Federal de Juiz de Fora Luiz Carlos Gonçalves de Oliveira Júnior, “a cultura da pausa é antiga”.

Talvez essa intermission seja uma retomada de uma prática antiga que existiu durante muitas décadas, até que foi sendo abandonada por pressões comerciais. As salas de cinema queriam economizar tempo e fazer mais sessões em um dia”, explica.

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De acordo com Oliveira, os intervalos foram sumindo das produções gradativamente a partir dos anos 70. Antes deste período, até filmes de duração média continham pausas, utilizadas pelo público para ir ao banheiro, se alimentar e fumar.

De acordo com o professor, a interrupção utilizada em ‘O Brutalista’ pode ser uma boa alternativa para atrair mais pessoas para obras consideradas “longas”, tendo em vista mudanças na forma de consumo de entretenimento audiovisual, impactado pela cultura de vídeos rápidos e a maneira fragmentada com a qual o público assiste obras em serviços de streaming.

Talvez haja agora uma percepção de que é preciso criar essas pausas para equalizar e conciliar as duas formas de atenção e de experiência perceptiva, que são o regime fragmentado e dispersivo que a gente se depara na maior parte do tempo, e essa outra forma exigente, que exige que você se mantenha focado de forma contínua”, comenta.

Indicações ao Oscar

O longa de Brady Corbet foi indicado a dez categorias do Oscar, perdendo apenas para ‘Emilia Pérez’ como a produção mais lembrada no prêmio da Academia deste ano.

O filme concorre nas categorias “Melhor Filme”, “Melhor Diretor” (Brady Corbet), “Melhor Ator” (Adrien Brody), “Melhor Ator Coadjuvante” (Guy Pearce), “Melhor Atriz Coadjuvante” (Felicity Jones), “Melhor Roteiro Original” (Brady Corbet, Mona Fastvold), “Melhor Trilha Sonora” (Daniel Blumberg), “Melhor Fotografia” (Lol Crawley), “Melhor Design de Produção” (Judy Becker e Patricia Cuccia) e “Melhor Montagem” (David Jancsó).

No Globo de Ouro, levou o prêmio de “Melhor Filme de Drama”.

Além de premiações, a produção também acumula polêmicas, algumas delas são pelo uso de inteligência artificial. O recurso foi utilizado para melhorar o sotaque húngaro dos atores e na concepção de peças arquitetônicas presentes no longa.

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