Polícia

Justiça manda soltar companheira de líder do tráfico presa em megaoperação em Boa Esperança

A Justiça concedeu liberdade provisória a Eloisa Dias Costa, companheira de Leonardo Silva Hacbart, presos com mais 12 pessoas na quarta-feira (18), durante a Operação Forseti, em Boa Esperança. Os demais suspeitos, incluindo Leonardo, apontado pela investigação como chefe do tráfico, foram mantidos presos. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (20), pela juíza Paula Moscon, durante audiência de custódia. Foi com o casal, que os policiais apreenderam quase R$ 10 mil em dinheiro vivo durante a megaoperação.Publicidade

“Diferentemente do primeiro autuado, embora a pena prevista para o delito seja superior a quatro anos, o que configura hipótese de cabimento da prisão preventiva, penso que a medida extrema não é cabível e adequada neste momento. Percebe-se que as investigações preliminares, que embasaram a expedição do mandado de busca e apreensão, não envolvem a flagrada, de modo que não é possível, ao menos por ora, considerar que faça parte de organização criminosa ou se dedique a atividade criminosa. Por consequência, plausivel que em casa de condenação pelo crime de tráfico, haverá o reconhecimento do privilégio inserido no §4º do art. 33 da Lei de Drogas, o que resultaria na imposição de pena a ser cumprida em regime aberto. Por isso, a prisão preventiva ofenderia o princípio da homogeneidade das cautelares. Portanto, homologoa prisão em flagrante e a concedo liberdade provisória à flagrada ELOISA DIAS COSTA, determinando que seja posto em liberdade”, determinou a juíza Paula Moscon.

“Embora Leonardo seja tecnicamente primário e possua apenas uma ação penal em trâmite, o encontro da relevante quantidade de droga ocorreu durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, o que indica plausível a consideração de que esteja se dedicando à atividade criminosa ou pertença a uma organização criminosa. Isso torna, por ora, impossível cogitar o reconhecimento do tráfico privilegiado, de modo que a prisão preventiva não ofende o princípio da homogeneidade das cautelares, pois eventual condenação lhe imporia regime de cumprimento de pena diverso do aberto”, descreveu a juíza, na decisão que manteve a prisão de Leonardo.

As prisões ocorreram em cumprimento a mandados expedidos pela Justiça ou por flagrante delito. Lista dos quatorze presos:

Domingos José Alves Neto (liberado após o pagamento de fiança no dia da operação)
Eduarda Souza da Silva
Eloisa Dias Costa (solta na audiência de custódia)
Eraldo Lajes de Moura
Guilherme da Silva Gomes Nogueira
Henrique Rodrigues Lima
João Paulo da Silva Messias (“JP”)
Leonardo Silva Hacbart
Mario Silva Ribeiro
Mateus Costa Marrane
Raylon dos Santos Lima
Vilmar da Conceição Santos (“Ben 10”)
Weverton Batista Correia
Wezali Vieira de Araujo

Segundo a Polícia Civil, a prisão em flagrante de Mario Silva Ribeiro decorreu da apreensão de:

150 pedras semelhantes à de crack;
30 buchas análogas à maconha;
1 pedra grande semelhante a crack (11,5 g);
1 bucha grande análoga à maconha (5,4 g);
R$ 131,46 em espécie;
1 microtubo cônico com aproximadamente 500 unidades;
1 balança de precisão;
1 case (armazenador de memória) ;
1 aparelho celular;
1 simulacro de arma de fogo pistola modelo Glock.

A Polícia Civil informou que, com Henrique Rodrigues Lima, foram apreendidos:

5 pedras análogas a crack;
R$ 616 em espécie;
Um caderno com anotações, possivelmente, sobre o tráfico;
Duas motonetas.

Com Wezali Vieira de Araújo, segundo os investigadores, foram apreendidos:

1 pedras grande semelhante a crack (20g);
Um recipiente com farelo semelhante a crack;

Segundo a Polícia Civil, com Guilherme da Silva Gomes Nogueira, foram apreendidos:

Uma bucha grande semelhante à maconha (46g);
Um aparelho celular.

Com Leonardo Silva Hacbart e Eloisa Dias Costas, segundo a Polícia Civil, foram apreendidos:

Três tabletes de substância análoga à maconha (1856 g);
35 munições calibre .40 intactas;
1 munição calibre .38 intacta;
Um carregador de pistola calibre .40;
Sacola com 217 gramas de substância semelhante à cocaína;
84 gramas de substância semelhante a crack;
R$ 9.735,95 em dinheiro vivo;
Um cheque no valor de R$ 116.

No dia da operação, o advogado Arthur Borges Sampaio, que faz a defesa de Leonardo Silva Hacbart e Eloisa Dias Costa, disse, em nota, que ambos estão amparados pelo princípio constitucional da presunção de inocência. Ele criticou o que chamou de “pirotecnia em praça pública” por parte das forças de segurança, comparando a operação a “fogos de artifício” destinados a atrair atenção da imprensa e da sociedade. Segundo ele, a inocência dos clientes será comprovada ao longo do processo.
A reportagem tenta localizar a defesa dos demais citados. O espaço segue aberto para manifestações.

O nome da operação faz referência a Forseti, o deus da justiça, meditação e reconciliação na mitologia nórdica. Conhecido por sua imparcialidade, Forseti é descrito como um juiz sábio e pacificador, atributos que simbolizam o objetivo da ação: restaurar a ordem e a segurança em Boa Esperança.
*Com informações de A Gazeta

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